Prefeito de Maracás, Paulo dos Anjos na Mobilização em Brasília |
Prefeitos baianos mobilizados em Brasília, nesta quarta-feira (5/8), somaram-se a centenas de gestores dos diversos estados brasileiros para denunciar as dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios. Durante a manhã, eles se reuniram com parlamentares na Câmara dos Deputados e Senado, onde entregaram um documento de reivindicações.
Elaborada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Carta Municipalista à Sociedade Brasileira, ao Congresso Nacional e à Presidência da República é assinada pela confederação e por entidades estaduais, como a União dos Municípios da Bahia (UPB). O texto traz os motivos pelos quais o movimento decidiu se mobilizar mais uma vez na capital federal, a exemplo da redução dos repasses para saúde e educação, feito pelo governo federal no âmbito do ajuste fiscal, e também o não cumprimento do acordo firmado em 2014 para o aumentar em 1% o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O prometido era 0,5% em julho deste ano e a outra metade em 2016, porém as prefeituras receberam no caixa o montante referente apenas ao primeiro semestre deste ano.
A carta entregue também ao presidente do Senado Renan Calheiros, argumenta ainda que “em razão da ausência da União e dos Estados na transferência de recursos que servem para manter o equilíbrio financeiro da Federação, um grande número de gestores municipais já discute a devolução da maioria dos 390 programas do governo federal, com valores que não são reajustados há anos”, motivo pelo qual apontam “absoluta incapacidade de mantê-los”, diz o documento.
Para a presidente da UPB, Prefeita Maria Quitéria, a situação dos municípios vem se agravando desde 2008. Segundo ela, um estudo divulgado pela CNM mostra que entre as causas desta crise financeira estão a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos industrializados (IPI) e o congelamento da tabela de alíquotas do Imposto de Renda (IR). As duas medidas fizeram com que os Municípios perdessem R$ 121,454 bilhões de reais entre 2008 e 2014. A Bahia foi o terceiro estado a sofreu maior impacto dessas medidas, reduzindo as receitas em cerca de R$ 11 bilhões. “Chegamos ao limite. A situação é de falência, são inúmeras responsabilidades para recursos cada vez mais escassos. Não temos outra saída além de pressionar o Congresso e o Governo Federal no sentido de socorrer as prefeituras”, avalia Maria Quitéria.
Fonte: UPB com informações da CNM
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